
A história é centrada na casa em Madri que dá nome ao filme, a partir da qual o general articula seu regresso à Argentina e ao poder. Pela residência passaram militares, políticos, sindicalistas, guerrilheiros, estudantes e até o cadáver de Evita Perón, sua esposa que virou mito ao morrer aos 33 anos. O reencontro dois dois é uma das melhores cenas do filme.

o filme (Foto: Itamar Aguiar/PressPhoto)
Para mostrar a intimidade de Perón, os realizadores fizeram uso de uma personagem fictícia, Sofia, com quem o político cria uma relação estreita e troca correspondências. O Perón que surge na tela, no entanto, é sábio, decidido, solene e cujo maior amor é a política e o povo argentino. Parece faltar equilíbrio entre as virtudes e contradições do homem, desde sempre apontadas por peronistas e antiperonistas.
A influência de Maria Estela, a terceira esposa de Perón, mais conhecida como Isabelita, e o "bruxo" José Lopez Rega (ministro do Bem-Estar Social no goveno peronista de 1973) exercem sobre a vida e decisões do político também dá margem para contestação. Por vezes, o político é retratado com uma vítima de seu entorno e não como o principal responsável por suas decisões.
O destaque positivo é a performance de Laplace como Perón. Assumidamente peronista, o ator com quase 100 filmes no currículo encarnou o papel pela terceira vez. As duas outras anteriores foram em uma peça de teatro e no filme "Eva Perón", de 1996, uma produção argentina feita às pressas como uma resposta ao filme hollywoodiano estrelado por Madonna.
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